Élder Holland diz que a Igreja precisa de Jovens Adultos menos “jovens” e mais “adultos”

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O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, falou a mais de 1.200 jovens adultos em um devocional multirregional realizado na Igreja Memorial de Stanford, da Universidade de Stanford, na Califórnia. A Igreja Memorial de Stanford foi construída por Jane Stanford em 1903, como um memorial ao seu marido e é um local de culto para todas as denominações religiosas no campus. O Élder Holland expressou gratidão pela oportunidade de falar na “joia da coroa arquitetônica” da universidade. Ele tem laços pessoais com Stanford. Há quase 54 anos, ele iniciou sua carreira no Sistema Educacional da Igreja na área da baía de São Francisco, e seu filho David completou seu doutorado em Stanford.

Leia aqui alguns trechos da mensagem do Élder Holland, intitulada “A Medida da Estatura Completa de Cristo”:

“Se você é um membro antigo ou um novo amigo que faz uma primeira visita, desejo sugerir que o evangelho e a Igreja, esse devocional e tudo o mais que fazemos em função de nossa fé sejam explicados por uma das frases do apóstolo Paulo nas escrituras. Ele disse que o papel dos profetas, apóstolos e professores – com efeito, o propósito de reuniões, templos e missões e o programa do instituto – em resumo, o significado das atividades da Igreja – tem o propósito de ‘aperfeiçoamento dos santos’, de levar o mundo ao ‘conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo’.”

“Estamos aqui juntos na tarefa contínua de abraçar a vida e os ensinamentos do Santo de Israel, de ter a imagem de Cristo permanentemente estampada em nosso semblante e Seu evangelho fixado firmemente em nossos corações. Estamos aqui na tarefa contínua de tornar Seu amor, Sua piedade, Sua misericórdia e Seus modos, nossos.”

“O Pai, Filho e Espírito Santo; o evangelho e a Igreja que o administra; aquelas experiências que constituem a Restauração do evangelho; o selamento de minha esposa e filhos; profetas modernos de Joseph Smith a Russell Nelson; e os privilégios e promessas que tive em servir ao Deus do sagrado santuário. Isso significa tudo para mim – tudo. Todas as bênçãos que tenho e tudo de valor pelo qual mensuro minha vida vieram desses dons dos últimos dias.”

“Antes de mais nada, gostaria de dizer uma palavra sobre esse título coletivo sob o qual vocês se reúnem hoje à noite. Vocês são chamados carinhosamente de ‘jovens adultos’. Às vezes, focamos naqueles que ainda não são casados ​​e os chamamos de jovens adultos solteiros, mas meu argumento (sejam vocês casados ou solteiros) é que eu gostaria que vocês enfatizassem a parte ‘adulta’ dessa designação e minimizassem a denominação ‘jovem’. Não há nada errado em ser jovem, mas estou particularmente ansioso por uma força adulta melhor e mais útil na Igreja. Também precisamos de jovens, mas precisamos muito de vocês um pouco mais maduros – agora, hoje, hoje à noite.”

“Eu reconheço a minha idade. Eu tenho um pé no túmulo e outro em uma casca de banana. Em outro piscar de olhos eu vou sair daqui. Vocês nesta audiência terão que fazer o que estou fazendo, o que muitos outros “adultos” estão fazendo, e terão que fazê-lo mais cedo do que pensam. Precisamos de costas fortes e ombros largos entre mulheres e homens desta Igreja, que constituem uma ‘grande nuvem de testemunhas’, como diz a epístola aos hebreus, que ‘[correrão] com paciência a carreira que [lhes é] proposta’. Portanto, hoje à noite e nestes anos de jovens adultos, peço que vocês façam uma pequena avaliação de quão realmente madura – quão ‘adulta’ – é sua abordagem para o evangelho de Jesus Cristo. Muitos de vocês são investidos. Muitos serviram em missões. Alguns de vocês são casados. Todos vocês são maravilhosos. Não preciso dizer nada mais do que isso ao apelar para um sentido maduro do evangelho nos anos em que vocês estão agora. Ninguém com idade suficiente para votar e com idade suficiente para entrar em uma guerra deve agir como Larry, Curly e Moe (Os Três Patetas, grupo de humor pastelão), quando se trata de coisas espirituais. Não, com templos e missões e cérebros e maturidade, vocês não são jovem demais para buscar seriamente ‘a medida da estatura completa de Cristo”.

“A esse respeito, suponho que esteja pensando em algo dito a Adão e Eva no início desta jornada telestial em que eles nos iniciaram. Depois de terem cedido à tentação e de terem provado do fruto proibido, diz no terceiro capítulo de Gênesis: ‘E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E o Senhor Deus chamou Adão, e disse-lhe: Onde estás?’ Curiosamente, essa história é contada de maneira um pouco diferente no Livro de Moisés, na Pérola de Grande Valor. Lá se lê: ‘E ouviram a voz do Senhor Deus quando estavam andando no jardim, na viração do dia; e Adão e sua mulher foram esconder-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. E eu, o Senhor Deus, chamei Adão e disse-lhe: Aonde vais?’ Algumas observações. Primeiro de tudo, o relato de Moisés deixa claro que não se esconde do Senhor. ‘Adão e sua mulher foram esconder-se’, diz a escritura moderna. Tentar se esconder é o máximo que podemos alcançar com esforço infrutífero para escapar da observação divina, considerando o olho que tudo vê de Jeová. Vocês sabem, se pensarmos sobre as implicações disso mais do que fazemos, podemos nos comportar de maneira diferente do que fazemos. Talvez precisemos de uma interpretação empolgante das crianças da Primária local, cantando: ‘Se ao meu lado Ele estivesse, meu agir seria assim?'”

“Uma outra visão dessa mudança no Jardim do Éden é que, em vez de ‘Adão (…) onde estás?’, a pergunta mais precisa é ‘Adão (…) Aonde vais?’ Onde Adão estava na história, todo mundo sabe, incluindo Deus – mesmo que seja Ele quem faz a pergunta. Mas, para onde Adão está indo – isso ainda está no ar, isso ainda precisa ser determinado. E Deus está muito interessado em sua resposta. Eu acho que essa pergunta é importante para os jovens adultos se perguntarem, porque todos vocês estão indo a algum lugar, e a menos que vocês, a vida ou as forças da natureza alterem esse caminho, vocês chegarão ao destino para o qual estão se movendo agora. Talvez isso seja bom. Para a maioria de vocês, imagino que seja bom. Boa direção. Bom momento. Bons destinos chegando. Mas, talvez, alguns outros de vocês não estejam em um lugar particularmente bom, e o destino para o qual estão se movendo não é atraente, nem seguro ou fiel, nem porque vocês podem se orgulhar, nem por ser digno de vocês. Em resumo, vocês podem não estar se movendo em direção ‘à medida da estatura completa de Cristo'”.

“Então, por que não pegar o que os atletas chamam de “exame interior” e fazer a si mesmo a pergunta divina: ‘Aonde vais?’ Quando vocês o fizerem – e se uma ou duas virtudes forem consideradas desejadas – lembrem-se do que Peter Drucker disse certa vez: ‘Planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro das decisões presentes’, disse ele. A palavra evangélica para esse tipo de planejamento estratégico é chamada arrependimento. Essa não é uma palavra ameaçadora ou opressiva. Significa simplesmente fazer ajustes atuais que trarão os resultados futuros desejados – é ‘planejamento estratégico’. Simples assim. Talvez vocês achem que precisam de uma pequena correção de curso, um pouco de arrependimento, em resposta à avaliação ‘Aonde vais?’ Todos nós fazemos.”

“Onde quer que vocês vivam, quaisquer que sejam suas alegrias ou tristezas, por mais jovens ou mais velhos, em qualquer ponto em que se encontrem nesse drama mortal, estou pedindo que sua jornada contínua siga os passos do Mestre. Alguns de vocês estão onde querem estar, ou pelo menos sabem para onde querem ir com suas vidas. Alguns de vocês, não. Alguns de vocês parecem ter muitas bênçãos e tantas opções maravilhosas pela frente. Outros, por um tempo e por qualquer motivo, sentem-se menos afortunados e com menos caminhos atraentes logo à frente. Mas, aonde quer que vocês estejam e, no entanto, trabalhem com seus desafios para chegarem lá, peço que vocês ‘venham a Ele’ como o primeiro passo imperativo para chegarem ao seu propósito pessoal, encontrar sua felicidade e força individuais, ao chegar ao seu destino e sucesso final. Tudo isso pode ser seu se a resposta à pergunta ‘Aonde vais?’ for ‘Para onde quer que Tu estejas, Senhor.'”

“Sim, a vida pode ser desafiadora. Sim, temos dores, arrependimentos e problemas reais para resolver. Sim, temos decepções e tristezas, todos os tipos de altos e baixos. Mas o Senhor e os profetas falaram palavras encorajadoras o suficiente sobre como enfrentar esses problemas para preencher um diário cósmico. A bênção do Salvador sobre Seus discípulos, enquanto Ele se movia em direção à dor e agonia do Getsêmani e do Calvário, é a mais famosa delas. Naquela noite, a noite do maior sofrimento que já ocorreu no mundo ou que jamais acontecerá, o Salvador disse: ‘Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vô-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.’ Que visão impressionante da vida nas horas mais angustiantes! Como Ele pode dizer aquilo, quando sabia o que estava enfrentando? Porque esta é a Igreja dos finais felizes! Essa vitória já foi conquistada. No entanto, vejo Santos dos Últimos Dias infelizes, Santos dos Últimos Dias tristes, Santos dos Últimos Dias tristes com uma crise de fé aqui, um coração cético ali e culpa ou depressão mais do que podem suportar. Penso que alguns de nós ainda devem ter esse remanescente da herança puritana que diz que é de alguma forma errado ser consolado ou ajudado, que devemos estar sempre infelizes com alguma coisa. Eu afirmo a vocês que ‘tende bom ânimo’ na busca pela ‘medida da estatura completa de Cristo’ pode ser o mandamento que, mesmo no coração de Santos dos Últimos Dias fiéis, é quase universalmente desobedecido; e, no entanto, certamente nada poderia ser mais doloroso para o coração misericordioso do Senhor.”

“Posso dizer-lhes isso como pai: por mais preocupado que eu estivesse se, em algum momento da vida, um dos meus filhos estivesse seriamente perturbado, infeliz ou desobediente, mesmo assim ficaria infinitamente mais arrasado se sentisse que, naquele momento, esse filho não confiasse em mim para ajudar ou achasse que seus assuntos não seriam importantes para mim ou não se sentisse seguro comigo. Nesse mesmo espírito, estou convencido de que nenhum de nós pode apreciar o quão profundamente isso fere o coração amoroso de Deus, o Pai ou Seu Filho, o Salvador do Mundo, quando Eles percebem que as pessoas não se sentem confiantes ou seguras em Seus cuidados, em Suas mãos ou confiam em Seus mandamentos. Meus jovens amigos, temos o dever de ser alegres!”

“Não se preocupem se parece que Cristo perdeu a capacidade de ajudá-los. Sua ‘graça te basta’. Essa é a lição espiritual e eterna da alimentação dos 5 mil [com cinco pães e dois peixes]. Não se preocupem se parece que os milagres se esgotaram antes da ajuda chegar a vocês. Não entrem em pânico. Ele tem muitas bênçãos por aí, com várias cestas sobrando! Acreditem e aproveitem a Sua oferta do ‘pão da vida’!”

“Uma das grandes ironias do evangelho é que a própria fonte de ajuda e segurança que nos é oferecida é aquela de que podemos, em nossa miopia mortal, fugir. Por qualquer que seja o motivo, vi pesquisadores fugirem do batismo, élderes fugindo de um chamado para a missão, vi namorados fugindo do casamento, vi membros fugindo de chamados desafiadores e vi pessoas fugindo de sua condição de membros da Igreja. Frequentemente fugimos das mesmas coisas que nos salvarão e nos acalmarão. Com demasiada frequência, vemos os compromissos do evangelho como algo a ser temido e, depois, abandonado. O maravilhoso Élder James E. Talmage diz sobre este incidente: ‘Na vida de cada ser adulto, existem experiências semelhantes à da luta dos navegantes sacudidos pela tempestade, com ventos contrários e mares ameaçadores; frequentemente a noite da luta e do perigo já está bem adiantada quando chega o socorro. E, então, muitas e muitas vezes o auxílio salvador é confundido com um terror maior. Assim como chegou a Pedro e a seus companheiros aterrorizados, no meio das águas turbulentas, assim chega a todos que labutam arduamente, com fé, a voz do Libertador — ‘Sou eu; não temais””

“Meus jovens amigos, a vida vai desafiá-los. Dificuldades virão. Os corações partem. Então, aonde quer que vocês vão, vão primeiro a Cristo. Façam seus convênios com Ele e os guardem enquanto viajam. E, se alguém lhes perguntar quem os enviou no seu curso mortal recém-santificado, citem o livro escrito por Moisés e digam: ‘EU SOU me enviou a vós’.

“Em minha vida, tive milhares de testemunhos espirituais – dez mil deles, suponho – de que Jesus é o Cristo, o Filho Eterno do Deus Eterno, e que A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é Sua verdadeira Igreja, por mais imperfeitos que sejamos todos nós que estamos nela. Mas o primeiro desses testemunhos veio a mim aos 19 anos de idade, quando, pela primeira vez, li o Livro de Mórmon com ‘real intenção’. Foi ao ler esse registro sagrado com tanta avidez, mesmo vorazmente, que senti – de novo e de novo – o inegável sussurro do Espírito Santo declarando à minha alma a veracidade de sua mensagem. A essas primeiras convicções foram acrescentados todos os outros momentos vivificantes e manifestações santificadoras que agora dão sentido aos meus dias e propósito aos meus anos. Mas o Livro de Mórmon foi o primeiro. Nenhum outro livro afetou tanto minha visão de Deus e do homem, minha visão de mortalidade e eternidade. Nenhum outro livro despertou em mim tantas emoções. Nenhum outro livro teve tanto impacto na minha vida pessoal, familiar, educacional, profissional e, agora, apostólica. Porque sei que o Livro de Mórmon é uma verdadeira testemunha – outro testamento e um novo convênio – de que Jesus é o Cristo, sei que Joseph Smith foi e é um profeta de Deus. Como meu tataravô disse sobre sua própria conversão nos primeiros dias da Restauração: ‘Nenhum homem mau poderia escrever um livro como este; e nenhum homem bom escreveria, a menos que fosse verdade e ele fosse mandado por Deus para fazê-lo.’ Essa é, enfaticamente, minha própria afirmação quase dois séculos depois. E este magnífico livro foi traduzido quando Joseph Smith tinha a sua idade, um jovem ainda chegando à maturidade.”

“A expressão do Profeta Joseph de que o Livro de Mórmon é ‘a pedra angular de nossa religião’ é uma observação profunda e crucial. Uma pedra angular é posicionada no centro mais alto de um arco, de modo a manter todas as outras pedras no lugar. Essa peça chave, se removida, fará todos os outros blocos caírem. A veracidade do Livro de Mórmon – suas origens, suas doutrinas e as circunstâncias de seu surgimento – é central na veracidade de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A integridade desta Igreja e quase 200 anos de sua experiência em Restauração permanecem ou caem com a veracidade ou falsidade do Livro de Mórmon. Considerar que tudo que tem significado salvador na Igreja permanece ou cai de acordo com a veracidade do Livro de Mórmon e, por implicação, no relato do Profeta Joseph Smith de como ele surgiu é tão preocupante quanto verdade. É uma proposição de ‘morte súbita’. Ou o Livro de Mórmon é o que o Profeta Joseph disse que é, ou esta Igreja e seu fundador são falsos, um engano, desde o primeiro momento até agora. Estou sugerindo que é preciso ter uma atitude de tudo ou nada em relação à Restauração do evangelho de Jesus Cristo e às origens divinas do Livro de Mórmon. Razão e justiça exigem isso. Joseph Smith deve ser aceito como um profeta de Deus ou como um charlatão de primeira ordem, mas ninguém deve tolerar qualquer meio termo ridículo e risível sobre os contornos maravilhosos da imaginação de um garoto ou sua facilidade notável de expressão literária. Essa é uma posição inaceitável a ser adotada – moral, literária, histórica ou teológica.”

“Testifico que o Livro de Mórmon é a expressão sagrada do grande e último convênio de Cristo com a humanidade. É um novo convênio, um novo testamento do Novo Mundo para o mundo inteiro. Lê-lo foi o começo da minha luz. Isso me levou a amar a Bíblia Sagrada e o restante das obras padrão da Igreja. Isso me levou a acreditar em um cânone aberto energizado com revelação contínua. Isso me levou e me ensinou a amar o Senhor Jesus Cristo, vislumbrar Sua compaixão misericordiosa e considerar a graça e a grandeza de Seu sacrifício expiatório pelos meus pecados e pelos pecados de todos os homens, mulheres e crianças de Adão até o fim dos tempos. A luz pela qual passo é a Sua luz. Sua misericórdia e magnificência me levam e ao meu testemunho Dele para o mundo. Em toda a minha fraqueza, que reconheço prontamente, estou diante de vocês esta noite, ansiando por alcançarmos ‘a medida da estatura completa de Cristo’. Quero ir a Ele. Eu quero que Ele, se possível, venha até mim, e eu realmente quero isso para todos vocês. Quero, então, quando chegar o meu dia, ver Seu rosto com alegria, o mesmo tipo de alegria que tem sido estar com vocês. Obrigado por me deixar andar com vocês por uma breve hora de sua jornada como jovens adultos. Obrigado por procurar seu lugar de direito no Livro da Vida do Cordeiro, escrito por Aquele que é o autor de nossa salvação, mesmo Jesus de Nazaré. Testifico Dele, de Seu Pai, de Seu evangelho, em nome de Jesus Cristo. Amém.”

Fonte: ChurchOfJesusChrist.org


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