Vinde, e sigamo-Lo

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O Salvador Jesus Cristo nos convida: “Vem, e segue-me.”(1) Que convite maravilhoso! O grande Jeová, Senhor do céu e da terra, que venceu o mundo, que expiou por nós com grande sacrifício, nos convida a segui-Lo! Talvez muitos pensem ser este um chamado inatingível, ou, no máximo, algo que uns poucos conseguiriam cumprir. Porém, o Seu convite foi para todos! E, porque Ele fez o convite, Ele pode nos capacitar a atendermos ao Seu chamado e nos alcançará com Sua graça.

Morôni explicou sobre isso ao nos convidar a seguir a Cristo: “Sim, vinde a Cristo, sede aperfeiçoados nele e negai-vos a toda iniquidade; e se vos negardes a toda iniquidade e amardes a Deus com todo o vosso poder, mente e força, então sua graça vos será suficiente.”(2) Logo, vemos que, para seguir a Jesus Cristo, devemos abandonar o pecado e amar a Deus. O próprio Jesus ensinou: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me.”(3)

Essa mudança que é requerida de nós, não é pequena. Mudar nosso coração, nosso modo de pensar, nossas atitudes e mesmo a nossa natureza requer esforço pessoal. O resultado é a transformação do nosso ser. Paulo ensinou este processo com clareza ao santos em Corinto: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é.”(4)

Para atingirmos a estatura de nos tornarmos uma “nova criatura”, mais semelhantes a Jesus Cristo – chamamos isso de “conversão”, que é nosso objetivo(5) -, é preciso constante e consistentemente buscarmos entender e viver o evangelho de Jesus Cristo. Para isso, temos, felizmente, muita ajuda. Desejo abordar três dessas ajudas providenciadas pelo Senhor para todos nós.

1 – O Espírito Santo

Não pode haver uma verdadeira conversão sem a influência do Espírito Santo. Ele é o testificador de todas as verdades. Ele abre a nossa mente, torna o nosso entendimento claro e coloca as revelações de Deus em nosso coração. “O Espírito Santo (…) vos ensinará todas as coisas”(6), ensinou o Salvador.

“Ao nos esforçarmos para viver, aprender e ensinar o evangelho, precisamos primeiramente buscar a companhia do Espírito. (…) Pois sabemos que, se formos dignos da companhia do Espírito Santo, também seremos dignos de viver na presença do Pai Celestial e de Jesus Cristo.”(7)

Todos podem ser influenciados pelo Espírito Santo, para terem confirmadas as verdades eternas e serem guiados em busca dessas verdades. Contudo, sabemos que a companhia constante do Espírito Santo é um dom de Deus, dado aos que se humilham perante Ele e aceitam trilhar o caminho da perfeição, batizando-se, recebendo o dom do Espírito Santo por imposição de mãos, por quem possua a autoridade do sacerdócio, e mantendo-se fiéis e dignos de Sua presença.

2 – As Escrituras

O Mestre ensinou: “Examinais as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.”(8)

Em nossa jornada terrena, as escrituras são um dos pontos de ligação entre nós e o Pai Celestial e Jesus Cristo. Elas testificam de Cristo e nos ajudam a nos achegarmos a Ele, para recebermos a vida eterna. Este é seu principal propósito.

O Presidente Monson afirmou: “Se estudarem as escrituras com diligência, sua capacidade de fugir das tentações e ser orientados pelo Espírito Santo em tudo o que fizerem aumentará.”(9)

Os Santos dos Últimos Dias aceitam como escrituras: A Bíblia (Velho Testamento e Novo Testamento), O Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios, A Pérola de Grande Valor e a palavra revelada dos profetas vivos.

Sobre a palavra revelada dos profetas vivos, lemos: “Deus continua a revelar verdades aos profetas vivos por meio da inspiração do Espírito Santo. Essas verdades são consideradas escritura (ver D&C 68:4). Chegam a nós principalmente na conferência geral, realizada no primeiro fim de semana de abril e de outubro, quando os membros da Igreja do mundo inteiro ouvem discursos de nosso profeta e de outros líderes da Igreja.”(10)

3 – Os Profetas

No Guia para Estudo das Escrituras, lemos: “Profeta: Pessoa chamada por Deus e que fala em nome Dele. (…) O Presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o profeta de Deus na Terra atualmente. Os membros da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos são apoiados como profetas, videntes e reveladores.”(11)

Ouvir as palavras inspiradas dos profetas vivos nos ajuda a seguirmos a Jesus Cristo. Seguir seus ensinamentos é ainda mais importante. Muitas vezes cantamos o belo hino que diz:

“Graças damos, ó Deus, por um profeta
Que nos guia no tempo atual”(12)

E as crianças complementam com seu hino tão conhecido:

“Hoje pelo mundo há grande confusão
As notícias causam preocupação.
Mas podemos ter segura orientação
Se aos profetas de hoje dermos atenção.

Segue o profeta,
Segue o profeta,
Segue o profeta,
Sem hesitar.
Segue o profeta,
Segue o profeta,
Segue o profeta,
Não vais errar.”(13)

O Senhor Jesus Cristo deixou claro ao Seu povo, nesta dispensação, a importância de ouvir e seguir estes servos escolhidos, como parte do nosso processo de conversão: “Portanto, vós, ou seja, a igreja, dareis ouvidos a todas as palavras e mandamentos que ele vos transmitir à medida que ele os receber, andando em toda santidade diante de mim; Pois suas palavras recebereis como de minha própria boca, com toda paciência e fé. Porque, assim fazendo, as portas do inferno não prevalecerão contra vós; sim, e o Senhor Deus afastará de vós os poderes das trevas e fará tremerem os céus para o vosso bem e para a glória de seu nome.”(14)

Na próximo conferência geral, teremos a oportunidade sagrada de erguer nosso braço em sinal de apoio aos servos escolhidos pelo Senhor. A maioria de nós já teve a bênção de participar deste momento em diversas ocasiões. Não podemos permitir que a natureza obrigatória e constante de um procedimento oficial tire de nós a visão do caráter sagrado daquele momento. O Élder Robert D. Hales falou a esse respeito: “Quando erguemos o braço (…), não só [damos] (…) nosso apoio, mas hipotecamos um compromisso pessoal e particular, um convênio, de apoiar e defender as leis, ordenanças, mandamentos e o Profeta de Deus.”(15)

Falando também a esse respeito o Presidente Henry B. Eyring ensinou: “Ao erguermos a mão em sinal de apoio a alguém, comprometemo-nos a trabalhar pelo propósito para o qual a pessoa foi chamada pelo Senhor a realizar, seja ele qual for.”(16)

Assim, vemos que o ato de erguermos nosso braço em sinal de apoio nos coloca na posição de seguirmos o profeta em tudo o que ele nos direcionar. E ele sempre nos direcionará para o que for correto. Na verdade, se seguirmos o profeta, estaremos seguindo a Cristo. Não, o profeta não é o Cristo, mas ele é o Seu representante autorizado na terra, para agir em Seu santo nome e ser Seu exemplo a toda a humanidade. Paulo, um Apóstolo do Senhor Jesus Cristo, fez esta afirmação corajosa: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo.”(17). Assim devemos seguir o profeta, porque ele segue a Cristo.

Ao darmos ouvidos aos ensinamentos dos profetas vivos, talvez precisemos rever alguns dos conceitos e costumes que trazemos conosco, às vezes sem percebermos, mas que são como “bolas de ferro” presas aos nossos pés, que nos prejudicam em nossa jornada de seguir ao Senhor Jesus Cristo. Vou citar três destes conceitos e costumes que nos atrapalham:

1 – A atitude de deixar que coisas e sentimentos mundanos sejam colocados acima do que o profeta diz. Infelizmente, há pessoas que parecem ouvir as palavras do profeta de maneira seletiva, descartando o que não lhes é conveniente. Isto pode se dar por pressões sociais, familiares ou financeiras. Guardar a Palavra de Sabedoria, se abster da TV no Dia do Senhor ou pagar o dízimo honesto e ofertas generosas, ou os conselhos dos profetas vivos podem parecer dispensáveis para mentes e corações que estão presos apenas a esta vida e não conseguem se ver plenamente na vida eterna.

2 – A ideia de que ouvir, ler ou assistir as coisas do evangelho é o suficiente para aprender e obter um testemunho destas verdades. Na música, se diz que há pessoas que “tocam de ouvido”, ou seja, tocam uma música sem tê-la estudado ou conhecê-la. No evangelho, ninguém “toca de ouvido”. Não é possível viver o evangelho corretamente sem conhecê-lo, só porque ouviu ou leu uma boa mensagem. É preciso ponderar o ensinamento aprendido e obter seu próprio conhecimento a respeito. O grande jurista brasileiro Ruy Barbosa, falou sobre este processo: “Os que madrugam no ler, convém madrugarem também no pensar. Vulgar é o ler, raro o refletir. O saber não está na ciência alheia, que se absorve, mas, principalmente, nas ideias próprias, que se geram dos conhecimentos absorvidos, mediante a transmutação, por que passam, no espírito que os assimila. Um sabedor não é armário de sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas”.(18) Nas coisas do evangelho, é preciso meditar, ponderar, aprofundar o pensamento nas coisas que forem ouvidas ou lidas. Somente assim, o Espírito Santo poderá testificar e revelar mais, dando conhecimento e testemunho além do que ouvido, lido ou assistido.

3 – A atitude de estar mais atento às novidades que às doutrinas. Paulo disse que “os atenienses (…) de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma coisa nova”(19). Não que as novidades, no que dizem respeito ao evangelho, não sejam importantes. Porém, é necessário colocar as coisas em sua devida proporção e lugar. Quando o profeta do Senhor fala, ele pode falar doutrina, princípios ou anúncios de natureza geral. Ao que temos dado mais atenção, no que temos colocado nosso coração? Um bom teste para saber a resposta é: pense na conferência geral mais recente. Agora, tente lembrar: que doutrina ou princípio o profeta ensinou? E agora: que anúncios o profeta deu sobre alguma novidade da Igreja? Se você consegue se lembrar dos anúncios e não consegue se lembrar da doutrina, é preciso ficar atento e, talvez, corrigir o curso da sua atenção ao que o profeta diz. Qual a sua expectativa para a próxima conferência? Você tem pensado mais sobre a doutrina e os princípios que serão ensinados, ou sobre quais serão as novidades? Infelizmente, já ouvi membros da Igreja afirmarem que souberam “com certeza” sobre a veracidade da Igreja, porque um novo livro de estudos foi anunciado, ou porque o horário das reuniões dominicais foi diminuído. Sim, todos ficamos na expectativa sobre onde serão anunciados templos ou se algo mudará na estrutura da Igreja de alguma forma, mas a mera curiosidade sobre estes assuntos não é e não deve ser o nosso foco, pois não nos dará o testemunho da veracidade da Igreja e do profeta.

Que possamos estar dispostos a seguir a Jesus Cristo, alinhando nossa mente e nosso coração ao Espírito Santo, às escrituras e às palavras inspiradas dos profetas vivos.

Referências:

(1) Mateus 19:21.
(2) Morôni 10:32.
(3) Mateus 16:24.
(4) 2 Coríntios 5:17.
(5) “Nosso Objetivo é a Conversão”, Vem, e Segue-Me — Estudo Pessoal e Familiar: Novo Testamento 2019.
(6) João 14:16.
(7) “Nosso Objetivo é a Conversão”, Vem, e Segue-Me — Estudo Pessoal e Familiar: Novo Testamento 2019.
(8) João 5:39.
(9) Presidente Thomas S. Monson, “Dê o Melhor de Si”, A Liahona, maio de 2009, p. 68.
(10) “As Escrituras Ensinam e Testificam sobre Jesus Cristo”, A Liahona, janeiro de 2011
(11) Guia para Estudo das Escrituras, Profeta.
(12) “Graças Damos, Ó Deus, Por um Profeta”, Hinos, 9.
(13) “Segue o Profeta”, Músicas Para Crianças, 58.
(14) D&C 21:4-6.
(15) Élder Robert D. Hales, “Obter um testemunho de Deus, o Pai, de Seu Filho Jesus Cristo e do Espírito Santo”, A Liahona, maio de 2008, p. 29.
(16) Presidente Henry B. Eyring, “Chamado por Deus e apoiado pelo povo”, A Liahona, junho de 2012, p. 4.
(17) I Coríntios 11:1.
(18) Ruy Barbosa, “Oração aos Moços”.
(19) Atos 17:21


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