
Um coração quebrantado e um espírito contrito
Enviado por Bruna Lima, de Aracaju, Sergipe
Recentemente li a seguinte frase:
“Nenhum navio é projetado para ficar parado num porto, mas para içar âncora e singrar os mares da vida”.1Dieter F. Uchtdorf, “Uma Âncora Firmemente Estabelecida”, A Liahona, abril de 2014
Ponderando sobre o quão verdadeira é esta afirmação, observei que, talvez, em alguns momentos, deixamos que a nossa estabilidade seja um começo para a nossa comodidade. Seria muito cômodo o navio permanecer em seu porto seguro. Mas, precisamos de mais do que comodidade para cumprir nosso papel nesta vida.
A vida não nos foi dada para que nos sentemos e a admiremos, como meros espectadores. Precisamos estar em constante movimento. O Senhor usa de meios para que possamos sair de nossa zona de conforto e nos tornar quem Ele sabe que podemos ser.23 Néfi 27:27
Conhecemos a história de Abraão, que sempre desejou um filho. Porém, sua esposa não podia gerar filhos.3Gênesis 16:1 O Senhor os abençoou e concedeu seu maior desejo.4Gênesis 17:16,19 Abraão se tornou pai!5Gênesis 21:2 Então, o Senhor pediu que Abraão sacrificasse o próprio filho.6Gênesis 22:2 Abraão fielmente se dedicou a cumprir o desejo do Senhor e entregar seu único filho em sacrifício. No exato momento, um anjo apareceu e disse que Abraão não deveria realizar o sacrifício. A fé de Abraão no Senhor já havia sido provada.7Gênesis 22:10-12
Naquela época, o Senhor havia instituído o sacrifício de animais. O primogênito do rebanho, e sem defeitos, era oferecido.8Deuteronômio 15:19-21 Essa lei chegou ao fim com o sacrifício do próprio Unigênito do Pai, nosso Salvador Jesus Cristo.9Alma 34:8-14 E Ele mesmo instituiu um novo modo de sacrifício. Hoje, é-nos requerido um coração quebrantado e um espírito contrito.103 Néfi 9:19-20 Sermos humildes, e estar dispostos a obedecer aos mandamentos de Deus.
Falando sobre a lei do sacrifício, o Élder M. Russell Ballard disse que “seus dois grandes propósitos são testar-nos e provar-nos e ajudar-nos a vir a Cristo”.11M. Russell Ballard, “A Lei do Sacrifício”, A Liahona, março de 2002
E Alma ensinou: “Sim, e estais dispostos a chorar com os que choram; sim, e consolar os que necessitam de consolo e servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares em que vos encontreis, mesmo até a morte; para que sejais redimidos por Deus e contados com os da primeira ressurreição, para que tenhais a vida eterna”.12Mosias 18:9
Esses não são os sacrifícios exigidos de nós hoje em dia? Ter um coração quebrantado e um espírito contrito, sempre lembrando e servindo a Deus, estendendo a mão aos Seus filhos, abdicando de usar nosso tempo em prol de nós mesmos para servirmos a alguém, seja ouvindo quem carece de ser escutado, seja visitando alguém doente, seja consolando um amigo ou irmão? Não seriam esses sacrifícios?
Quando jovens no mundo inteiro deixam seu lar, sua família e sua vida para trás, para servir ao Senhor como missionários e representantes de Sua igreja, não é esse um sacrifício? O sacrifício que o Senhor nos pede nos dias de hoje não é o holocausto de animais, mas, sim, o sacrifício de nós mesmos, de nosso tempo e talentos, para que possamos abençoar Seus filhos. O sacrifício que é nos requerido é de buscarmos ser mais semelhantes ao Seu filho, mesmo quando o mundo à nossa volta nos ensina o contrário. Deus espera que nos sacrifiquemos, para que demonstremos nosso amor por Ele.
O quanto O temos amado? Ele nos ama o suficiente para nos prometer felicidade eterna ao Seu lado, caso sigamos Seus passos. Que possamos fazer pequenos sacrifícios diários, para que nos assemelhemos mais a Cristo e, assim, um dia desfrutarmos de Sua companhia.
Falando no funeral do Presidente Thomas S. Monson, sua filha Anne M. Dibb contou sobre certa ocasião em que o visitou: “Ele estava trabalhando em seu escritório, e um exemplar da revista Ensign estava aberto mostrando uma foto dele. Meu pai apontou para a foto e disse: ‘Eu conheço esse homem. Ele fez o melhor que pôde'”.13Ann M. Dibb, “Um legado de amor e serviço”, Em memória: Presidente Thomas S. Monson, 2018
Desejo que possamos fazer o melhor que pudermos ao realizar pequenos sacrifícios a cada dia para demonstrarmos nosso amor a Deus.
Referências
1 | Dieter F. Uchtdorf, “Uma Âncora Firmemente Estabelecida”, A Liahona, abril de 2014 |
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2 | 3 Néfi 27:27 |
3 | Gênesis 16:1 |
4 | Gênesis 17:16,19 |
5 | Gênesis 21:2 |
6 | Gênesis 22:2 |
7 | Gênesis 22:10-12 |
8 | Deuteronômio 15:19-21 |
9 | Alma 34:8-14 |
10 | 3 Néfi 9:19-20 |
11 | M. Russell Ballard, “A Lei do Sacrifício”, A Liahona, março de 2002 |
12 | Mosias 18:9 |
13 | Ann M. Dibb, “Um legado de amor e serviço”, Em memória: Presidente Thomas S. Monson, 2018 |