Ministros e ministérios: Porque D&C 4 é para todos os membros da Igreja?

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É comum pensarmos que D&C 4 refere-se exclusivamente ao serviço missionário. É a “seção missionária”! A verdade é que, embora utilizemos estas escrituras ao estudarmos a respeito do trabalho missionário, D&C 4 não se limita a esta parte do serviço no Reino, mas diz respeito a toda a obra do Senhor.

No cabeçalho desta seção, temos:

“Revelação dada por intermédio de Joseph Smith, o Profeta, a seu pai, Joseph Smith Sênior, em Harmony, Pensilvânia, em fevereiro de 1829.” (D&C 4: Cabeçalho)

O Senhor não estava falando a nenhum missionário da Igreja daquela época. A revelação foi direcionada ao pai do Profeta, um homem que serviu fielmente como Patriarca da Igreja.

Em seguida, temos o resumo do conteúdo da seção:

“O serviço devotado salva os ministros do Senhor; Qualificam-se para o ministério por meio de atributos divinos; É preciso buscar as coisas de Deus.” (D&C 4)

Note que a seção se dirige aos “ministros” e expõe os atributos divinos que os qualificam para o “ministério”. Esses atributos divinos estão nos versículos 5 e 6:

“E fé, esperança, caridade e amor, com os olhos fitos na glória de Deus, qualificam-no para o trabalho. Lembrai-vos da fé, da virtude, do conhecimento, da temperança, da paciência, da bondade fraternal, da piedade, da caridade, da humildade, da diligência.” (D&C 4:5,6)

Mas, se estes versículos não são apenas para os missionários, quem são os outros “ministros do Senhor”, e qual é o ministério deles?

No Guia para Estudo das Escrituras temos estas definições:

Ministro: “Os servos escolhidos de Deus devem ser chamados por Deus para ministrar na Sua obra.” (GEE: Ministério, Ministro)

Ministério: “Fazer a obra do Senhor na Terra.” (GEE: Ministério, Ministro)

Assim, vemos que um ministro do evangelho é um servo a quem o Senhor escolheu e chamou para ministrar, ou seja, para fazer a obra. Ao analisarmos estas definições, podemos claramente ver duas classificações: a primeira, são os ministros “formais”, chamados para um ministério igualmente “formal”; a segunda, são os ministros “informais”, chamados para um ministério igualmente “informal”. Nós compomos os dois grupos, primeiro quando chamados formalmente para alguma responsabilidade na Igreja, e, segundo, por nossa responsabilidade básica do nosso “chamado” de membros da Igreja.

Com respeito ao primeiro aspecto, o “formal”, sabemos que, na Igreja, ninguém dá a si mesmo uma responsabilidade em particular. Ela precisa ser dada por alguém que possua autoridade para isso.

A 5ª Regra de Fé diz:

“Cremos que um homem deve ser chamado por Deus, por profecia, e pela imposição de mãos, por quem possua autoridade, para pregar o Evangelho e administrar as suas ordenanças.” (Regras de Fé 1:5)

É assim para todas as posições na Igreja, sejam elas maiores ou menores. Nenhuma irmã pode se designar como professora ou como líder de um programa da Igreja. Do mesmo modo, nenhum homem pode se declarar bispo, ou conselheiro, ou presidente de um quórum do sacerdócio. Nem mesmo o sacerdócio pode ser autoconferido. Para exercemos um ministério específico, seja ele qual for, precisamos ser chamados “por quem possua autoridade” dada pelo Senhor.

As escrituras ensinam:

“E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus” (Hebreus 5:4)

“E também vos digo que a ninguém será permitido sair a pregar meu evangelho ou estabelecer minha igreja, a não ser que tenha sido ordenado por alguém que tenha autoridade; e que a igreja saiba que tem autoridade e foi apropriadamente ordenado pelos dirigentes da igreja.” (D&C 42:11)

Assim, vemos que é necessário ser chamado por Deus por meio de um servo autorizado, para se exercer um ministério específico na Igreja.

Mas,  existe o outro tipo de ministério, “informal”: É o ministério pessoal!

Quando o Salvador Jesus Cristo esteve entre os nefitas, Ele ordenou 12 discípulos para ensinar entre o povo. Temos o relato no livro de 3 Néfi:

“E aconteceu que os discípulos que Jesus escolhera começaram, daí em diante, a batizar e a ensinar todos os que a eles se chegavam; e todos os que foram batizados em nome de Jesus ficaram cheios do Espírito Santo. E muitos deles viram e ouviram coisas inexprimíveis que não é lícito escrever. E ensinaram e ministraram entre si; e tinham todas as coisas em comum entre eles e todos procediam justamente uns com os outros. E aconteceu que faziam todas as coisas como Jesus lhes ordenara. E os que eram batizados em nome de Jesus, eram chamados a igreja de Cristo.” (3 Néfi 26:17-21)

Vejam que os discípulos que foram escolhidos e chamados para um ministério em particular serviram na obra para a qual foram chamados. Ao executarem fielmente o ministério para o qual foram chamados, eles realizaram milagres na vida das pessoas a quem serviram.

Após serem ministrados formalmente, o povo da Igreja também exerceu, cada um, o seu ministério pessoal “[ensinando] e [ministrando] entre si”. Para que isso tivesse eficácia, eles “tinham todas as coisas em comum”, “procediam justamente uns com os outros” e “faziam todas as coisas como Jesus lhes ordenara”. em outras palavras, eram humildes, justos e obedientes.

Tal como aqueles nefitas, todos devemos exercer o nosso ministério pessoal. Como fazê-lo? Lembre-se de que um ministério é “fazer a obra do Senhor”.

O Élder Hugo E. Martinez ensinou:

“Aquele que presta algum serviço serve para alguma coisa; aquele que não presta nenhum serviço não serve para nada. (…) É dessa forma que começa nosso ministério pessoal: descobrindo necessidades, depois, atendendo a elas. (…) O ministério pessoal é parte integral do cumprimento de nossos convênios batismais.” Élder Hugo E. Martinez, “Nosso Próprio Ministério”, Conferência Geral, outubro de 2014

Percebem? Todos temos o dever de agir como ministros do Senhor, por sermos Seus Santos. O que poderemos fazer neste nosso ministério pessoal? Alma descreveu algumas coisas que podemos fazer: “chorar com os que choram”, “consolar os que necessitam de consolo”, e “servir de testemunhas de Deus em todos os momentos e em todas as coisas e em todos os lugares”. (Mosias 18:9). Nestas três premissas básicas, há infinitas possibilidades de serviço ao próximo. Então, encontre as suas oportunidades de servir e sirva!

Há algo muito importante para o exercício de seu ministério, seja ele pessoal ou formal: busque conselhos com os que o lideram!

Ao servir em seu ministério pessoal ou em seu ministério formal, não importa, saiba que ambos lhe foram designados pelo Senhor. Portanto, siga os conselhos dos profetas vivos e dos líderes locais e faça o seu melhor!


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