Disposto a se submeter

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Enviado por Eduardo V. Thomazini, de São Paulo, São Paulo

Provavelmente a provação de Abraão, de ter que oferecer seu único filho como sacrifício, tenha sido a maior de todas as dadas aos homens. O que levou Abraão a chegar nesse nível de obediência?

A experiência de Abraão foi um protótipo do que aconteceria na expiação do Salvador e, por isso, ele pode sentir um pouco do que nosso Pai Celeste sentiu ao entregar Seu Santo Filho como sacrifício. Abraão foi provado em todas as coisas para que pudesse se tornar o pai de uma multidão de nações.

Fico imaginando como Abraão se sentiu e no que pensou durante o percurso de sua casa até o monte Moriá. Ele não chegou a concretizar o sacrifício de Isaque, mas, em seu coração, realizou o desejo do Senhor. Não era preciso sacrificar Isaque.

Essa experiência não foi para que o Senhor soubesse até que ponto Abraão estava disposto a obedecer ao Senhor, pois Ele conhece todas as coisas. Era, na verdade, uma experiência para santificar ainda mais a Abraão, assim como a Isaque, que se entregou, voluntariamente, ao sacrifício. E, principalmente, para mostrar a cada um de nós até que ponto devemos estar dispostos a nos submeter à vontade do Senhor.

O rei Benjamim ensinou: “Porque o homem natural é inimigo de Deus e tem-no sido desde a queda de Adão e sê-lo-á para sempre; a não ser que ceda ao influxo do Santo Espírito e despoje-se do homem natural e torne-se santo pela expiação de Cristo, o Senhor; e torne-se como uma criança, submisso, manso, humilde, paciente, cheio de amor, disposto a submeter-se a tudo quanto o Senhor achar que lhe deva infligir, assim como uma criança se submete a seu pai.”1Mosias 3:19

Assim era Abraão, nosso pai, uma criança nas mãos do Senhor; totalmente submisso à vontade Dele. E assim devemos ser. Obviamente, isso é um processo, pois nem Abraão chegou a esse ponto de um dia para o outro.

Para chegarmos no nível de Abraão, precisamos praticar o que testificamos ser nosso desejo, na oração do pão sacramental, que nos mostra o processo de transformação, o qual revisamos todos os domingos. Esse processo segue um padrão: Ser – Fazer – Ter.

“Ó Deus, Pai Eterno, nós te rogamos em nome de teu Filho, Jesus Cristo, que abençoes e santifiques este pão para as almas de todos os que partilharem dele, para que o comam em lembrança do corpo de teu Filho e testifiquem a ti, ó Deus, Pai Eterno, que desejam tomar sobre si o nome de teu Filho e recordá-lo sempre e guardar os mandamentos que ele lhes deu, para que possam ter sempre consigo o seu Espírito. Amém.”2Doutrina e Convênios 20:77.

Ser: “Tomar sobre si o nome de [Cristo]”
Fazer: “Recordá-lo sempre e guardar os mandamentos que ele lhes deu”
Ter: “Ter sempre consigo o Seu Espírito”

Se colocarmos esse padrão em prática, teremos sempre conosco o Espírito Santo e, assim, seremos mais como Cristo é33 Néfi 27:27, nos lembraremos mais Dele, guardaremos com mais exatidão Seus mandamentos, e nos aperfeiçoaremos em muitos outros aspectos.

Vejam que Abraão passou por esse mesmo processo. Observe o que ele mesmo disse:

“E achando que havia maior felicidade e paz e descanso para mim, busquei as bênçãos dos pais, e o direito ao qual eu deveria ser ordenado para ministrá-las; tendo eu mesmo sido seguidor da retidão, desejando também ser possuidor de grande conhecimento, e ser maior seguidor da retidão, e possuir maior conhecimento, e ser pai de muitas nações, um príncipe da paz, e desejando receber instruções, e guardar os mandamentos de Deus, tornei-me um herdeiro legítimo, um Sumo Sacerdote, portanto o direito que pertencia aos pais.”4Abraão 1:2

Perceberam as partes do processo de transformação?

Ser: “Desejando também ser possuidor de grande conhecimento, e ser maior seguidor da retidão, e possuir maior conhecimento, e ser pai de muitas nações, um príncipe da paz”
Fazer: “Guardar os mandamentos de Deus”
Ter: “Tornei-me um herdeiro legítimo, um Sumo Sacerdote, portanto o direito que pertencia aos pais”

O Salvador ensinou:

“E eis que eu sou a luz e a vida do mundo; e bebi da taça amarga que o Pai me deu e glorifiquei o Pai, tomando sobre mim os pecados do mundo, no que me submeti à vontade do Pai em todas as coisas desde o princípio.”53 Néfi 11

Se queremos ser como Cristo, precisamos estar dispostos a nos submeter ao Pai Celestial em todas as coisas.

Referências
Referências
1 Mosias 3:19
2 Doutrina e Convênios 20:77
3 3 Néfi 27:27
4 Abraão 1:2
5 3 Néfi 11

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