
Censo americano aponta mudanças demográficas em Utah
Mais de 1 em cada 3 dos que moram em Salt Lake City são minorias raciais e étnicas, de acordo com os novos números do Censo dos EUA. “Não é surpreendente, não é incomum, mas isto mostra que estamos nos tornando uma área mais urbana e diversificada, atraindo muitos tipos diferentes de pessoas”, disse Mallory Bateman, coordenador estadual de data center e demógrafo do Instituto Kem C. Gardner da Universidade de Utah.
O novo lançamento de dados do American Community Survey revela que Utah está em uma crescente de diversidade. Os latinos são a maioria entre estes novos moradores, com mais de 1 em cada 5 do total de 3,1 milhões de habitantes do estado. Há certos lugares em Utah, nos quais as “minorias” se tornaram “maioria”. Um exemplo disso é West Valley City, que, em 2018, tinha 54,7% de sua população formada por esses grupos. “As montanhas são muito majestosas. A neve aqui é ótima. A temperatura nem sempre é boa, mas na maioria das vezes você vai gostar”, disse uma moradora de origem mexicana.
Dos mais de 200 mil residentes em Salt Lake City, a pesquisa indicou 33,9% são de minorias raciais. “Nossa economia está absolutamente em expansão, então é ótimo. Há um grande negócio aqui. Há mais pessoas chegando que estão se mudando para cá em busca de empregos. Eles estão trazendo suas famílias, comprando casas, criando raízes. Já percorreram um longo caminho”, diz Celina Milner, consultora de políticas para diversidade e direitos humanos no gabinete do Prefeito de Salt Lake City.
À medida que a capital de Utah cresce e muda, seus líderes procuram garantir que todos possam ficar on-line, mesmo que não tenham acesso à Internet em casa. O esforço inclui disponibilizar computadores nas bibliotecas e garantir que esses espaços públicos estejam abertos quando for conveniente para famílias e outras pessoas usá-los. “Só são necessários pequenos ajustes para garantir que estamos servindo as comunidades às quais precisamos servir da melhor maneira”, Milner. “Com essa tecnologia, você as conecta aos cuidados de saúde, ao desenvolvimento econômico, às oportunidades de emprego e à escola. É assim que as escolas se comunicam com os filhos e tudo fica meio online”, completou. A cidade também tem tradutores disponíveis para quem interage com os moradores da cidade que ainda aprendem inglês.
Os jovens são responsáveis por grande parte da mudança em Salt Lake City. Seu sistema escolar público tornou-se de maioria não-branca há mais de 10 anos, disse o porta-voz do distrito escolar de Salt Lake City, Jason Olsen. “É uma questão complicada, porque cada criança que entra no nosso sistema é multidimensional. Sua raça e etnia não são o único aspecto de sua identidade. Alguns deles são de um país diferente e falam um idioma diferente. Alguns deles falam inglês e são daqui”, disse Verenice Gutierrez, diretora do distrito de Equidade e acesso educacional. Neste ano escolar, o distrito escolar está enfatizando um esforço para que todos os alunos e suas famílias se sintam em casa, em parte pedindo aos professores e outros funcionários que examinem seu próprio preconceito. “Se você deseja criar um espaço acolhedor, precisa refletir seus próprios vieses. Se eu tenho um viés e estou refletindo esse viés, o espaço pode não estar aberto a todos”, disse Gutierrez.
Na vizinha West Valley City, aqueles que nadam, jogam basquete ou optam por outras atividades no Family Fitness Center da cidade têm várias origens, mas a diversidade se estende além do patrimônio histórico. O centro atende de crianças a pessoas com cabelos grisalhos, além de pessoas de todo o espectro socioeconômico, disse Jamie Young, diretor do centro. “Celebramos a diversidade”, disse ele, que é nativo de West Valley. “É muito legal estar no centro disso.”
Young e seus colegas que supervisionam os parques da cidade querem garantir que mais pessoas se sintam bem-vindas nas noites de cinema em família e em suas trilhas, playgrounds e campos. A partir do próximo mês, eles realizarão reuniões em espanhol, e há planos para outras em vietnamita ou tonganês, para descobrir quais amenidades os diferentes grupos gostariam de ver. “Eu acho que isso torna nossa comunidade tão rica por ter essas experiências diferentes. Acho que as pessoas têm muito a acrescentar à comunidade por causa de sua experiência de vida e sua cultura”, disse Young. “Podemos nos concentrar em coisas que temos em comum, como valores familiares, e não em todas as diferenças, como às vezes as pessoas fazem.”
A renda familiar média em Utah foi de US$ 71.414,00, com South Jordan com o maior valor do estado, US$ 101.374,00 e Provo com o menor valor, com US$ 48.755,00, provavelmente devido a parte significativa da população da cidade ser composta de estudantes universitários. A desigualdade de renda em Utah é menos extrema do que no país como um todo. Dentro do estado, a distribuição mais desigual é registrada em Salt Lake City e a mais baixa em Lehi.
A idade média dos habitantes de Utah é de 31 anos, sendo a população mais jovem dos Estados Unidos. Apesar disso, a população idosa esta crescendo, enquanto a parcela de crianças menores de 5 anos está diminuindo. A mudança pode ser uma evidência do declínio da taxa de natalidade de Utah.
Fonte: Deseret News