
Boas festas, não. Feliz Natal!
“Que pensais vós do Cristo?”(1)
Essa pergunta é tão forte e decisiva hoje quanto o foi quando Jesus a proferiu há mais de dois mil anos. Ela vai ao ponto central da crença religiosa. Quem é Jesus? Quem é o Cristo? Ele é apenas um personagem histórico? Ele é realmente o Filho de Deus? É impressionante o número de respostas diferentes que se pode encontrar para estas perguntas, mesmo entre cristãos.
A Barna Research publicou um estudo(2) em abril de 2015, nos Estados Unidos, com mais de duas mil pessoas. Foi perguntado quem era Jesus Cristo para elas. 92% disseram que Jesus Cristo era uma pessoa que realmente viveu, e não apenas um mito. Porém, este percentual cai entre as gerações mais jovens. Os que acreditam que Jesus Cristo é um Deus somam 56%, enquanto 26% dizem que ele era apenas um líder religioso ou espiritual como Maomé ou Buda. Os 18% restantes dizem que não têm certeza se Jesus é divino.
O Natal é um dos momentos em que é mais evidenciada esta falta de clareza em quem realmente se crê. O evento do nascimento de Jesus em Belém da Judeia é comemorado em todo o mundo. Mas, como realmente este evento é comemorado? E qual o significado desta comemoração? As respostas a estas perguntas podem definir as respostas àquelas primeiras.

O Presidente Dallin H. Oaks disse:
“Durante séculos, o Natal tem sido uma celebração de Jesus Cristo e o significado do Seu ministério. Mas nos últimos anos tornou-se um feriado secular com observâncias que ofuscam ou substituem a Ele e ao Seu ministério. (…) O foco nos dons mundanos tem gradualmente e agora quase decisivamente ofuscado os aspectos religiosos do feriado de Natal.”(3)
Este “foco nos dons mundanos” de que fala o Presidente Oaks tem sido cada vez maior e mais evidente, especialmente nas comemorações privadas do Natal, influenciadas pelo politicamente correto e pela mídia. As mensagens de Natal, que antes continham temas religiosos que falavam do Cristo, o dom de Deus para o mundo, e de Sua missão de Salvador da humanidade, hoje trazem todo tipo de saudação e votos, mas nada que represente um sentido religioso.
O Presidente Oaks fez uma seleção dos cartões de Natal que ele recebeu de outros líderes religiosos, ou de membros da Igreja, de acordo com o tipo de mensagem que eles apresentavam. O resultado, ele disse, foi que “apenas 24% dos cartões (…) eram desse caráter tradicional. (…) [Em 47% deles] fotos e imagens não eram religiosas, mas tinham as palavras ‘Feliz Natal’ para identificar a origem religiosa do feriado. (…) [Em] 29% das cartas (…) não havia menção a Cristo ou ao Natal e nenhum visual religioso. Esses cartões tinham palavras como (…) ‘Boas Festas’. (…) Da mesma forma, as saudações trocadas em público nesta época do ano costumavam ser ‘Feliz Natal’. Hoje, isso é provavelmente menos comum do que (…) ‘Boas Festas’.”
Pode parecer algo muito simples e sem efeito, mas não é assim. A ocultação dos símbolos religiosos e das referências cristãs nas comemorações do Natal são mais que incoerentes. São perniciosas. Infelizmente, é possível ver um número cada vez maior de cristãos adotando esta prática de secularização da comemoração deste evento sagrado.
Foi o mesmo Presidente Dallin H. Oaks que alertou:
“Ao nos prepararmos para Sua Segunda Vinda e ao permanecermos em lugares santos, persistimos em celebrar o Natal não apenas como uma época de cumprimentos genéricos ou de ‘Boas Festas’, mas como uma comemoração do nascimento do Filho de Deus e uma época para nos lembrarmos de Seus ensinamentos e da importância eterna de Sua Expiação. Oro para que sejamos fiéis ao fazer isso.”(4)
O Natal é muito mais que uma festa. É a comemoração do maior evento já ocorrido, que levou até mesmo a uma nova forma da contagem do tempo. O nascimento de Jesus Cristo foi profetizado desde Adão e seus sinais foram vistos e sentidos não apenas na região em que Ele veio ao mundo, mas em todo o planeta. Os cristãos, especialmente os Santos dos Últimos Dias, sabem destas coisas e devem ter em mente que aqueles que não derem lugar ao Rei dos reis em seu coração hoje, não estarão prontos quando Ele retornar. Foram os pastores, os que cuidavam dos animais, que tiveram o privilégio de ver o menino nascido em um estábulo, repousando em uma manjedoura, não os estalajadeiros que recusaram José e Maria.
O Élder Neal A. Maxwell afirmou:
“(…) se não pudermos distinguir as coisas eternas das coisas do cotidiano, devemos ser dignos de pena. O primeiro Natal no Oriente Médio foi recebido com indiferença maciça e incompreensível. Tanto no fato como no símbolo, não havia espaço na estalagem. As pessoas estavam ocupadas, assim como nos dias de Noé, e assim como estarão antes da Segunda Vinda.”(5)
É claro que a comemoração correta e adequada do Natal não se resume em dizer as palavras certas, mas também – e principalmente – em fazer o que é certo. E o certo a se fazer é seguir o exemplo do Mestre, amando e servindo a Deus e ao próximo.
O Presidente Thomas S. Monson ensinou:
“Nossa comemoração do Natal deve ser um reflexo do amor e da abnegação ensinados pelo Salvador.”(6)
E o Presidente David O. McKay reforçou:
“A verdadeira felicidade só vem ao fazermos outros felizes. (…) O [espírito] do Natal (…) faz nosso coração arder com amor fraternal e amizade e nos inspira a realizar bondosos atos de serviço. É o espírito do evangelho de Jesus Cristo.”(7)
Que tenhamos, neste Natal, a resposta correta para a grande pergunta do Senhor: “Que pensais vós do Cristo?”. Que nossos pensamentos, nossas palavras e nossas ações sejam a expressão dessa crença em nosso coração, de que Ele é o Senhor, o Rei dos reis, o Salvador e Redentor, o Deus de Israel!

Referências
(1) Mateus 22:42
(2) “What Do Americans Believe About Jesus? 5 Popular Beliefs”, Barna Research, abril de 2015 (citado em Church News, “Ponto de vista: ‘O que você acha de Cristo’ Neste Natal?”, 18 de dezembro de 2016).
(3) “Celebrar o Natal”, BYU Management Society, 9 de dezembro de 2015.
(4) “Declarações Proféticas sobre o Nascimento de Cristo”, Devocional de Natal, 2016.
(5) The Christmas Scene (1994), 4.
(6) “A Verdadeira Alegria do Natal”, Devocional de Natal, 2013.
(7) Gospel Ideals, 1953, p. 551.